A realidade em screen-shot [1º ensaio]

Talvez seja prepotência afirmar, mas não tenho medo de pixels.

Muitas coisas mudaram desde nossa era dourada de machadinhas e bananas, inclusive nossa relação com a imagem, em nosso primitivismo tínhamos da imagem uma reverência absoluta, pois a imagem era perturbadoramente muito próxima da realidade, dai o medo do homem de se aprisionar ali em traços (#medo conceitual), dai suas artimanhas de caçador em 'destinar' suas presas (#god'play[and pray]).
Até mesmo a primeira fotografia foi, bem, de impressões intensas, afinal era ali a própria realidade capturada, absorvida.
E então vem a tecno-idade, com seus screen shots flamejantes a capturar e absorver tudo, simplesmente, a realidade nunca foi tão indiscriminadamente representada, e não me valho de juízo de gosto, é assim, pois o é, a vida, as pedras, as ruas, o trânsito, tudo ganha sua própria representação, e são tantas acumulações imagéticas! O que é um tera para uma garotinha com seu novo iPhone? As imagens são tantas que elas são quase capazes de ilustrar a própria realidade sem necessidade de impertigações d'alguma voz ao fundo.

E ainda assim representação!


Rock n' Pixels.

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