béé.

Opium eater valsa com Sr.Mentos


VOCÊ começa

João gostava de falar da vida, não da sua, nem a dos outros, a vida como ela é. Chegava a ser irritante, pois como uma maricota que só fala de novela, ele só falava da vida.

[em primeiro lugar o vento, olha que tudo vem balançando o vestido (8)]
João tinha uma formiga imaginária, ela não era muito de falar, mas gostava de ouvir, e só ouvia João... a falar da vida, não da sua, não dos outros.
João falava e ao falar, falava vida.

vida, vida. Quando feliz ela era a paz, quando ruim era só a vida. Vida sofrida , para ele, não deveria ser vista como o inferno, pois para ele só existia a vida e viver num inferno não valia a pena.

Se viver era preciso, preciso também era fazer a vida realmente valer a pena.
João descobriu-se um dilema, pois se João fala vida ele a idealiza, e seria então o certo viver a falar da vida ou então viver? e quem sabe um dia na falta do que fazer ou na incapacidade do mesmo, enfim falar vida novamente?

Vida, vida, vida. João andava em circulos. Certa vez disseram para ele que adjetivos não qualificavam nada, pois uma bola poderia ser feia para uns e bonita para outros. Seria o mesmo para a vida? não...para ele a vida era palpavel, nada idealizada.


[ todo malandro tem seu dia de otario, abre o olho o próximo é você (8) ]

[só não vacila brow, a naturesa é implacavel. Se um cara nasce mané, cresce mané! mané! (8)]

[ morre mané, mané! (8) ]

Se João sentia a vida, porque então se preocupar em viver?
As sensações são muitas, mas quase nenhuma nos dá de sua tangibilidade sua sensação máxima.
João falava vida, a vida vivia João, João queria viver.

Mas na verdade, que não é apenas uma mas varias, mas a verdade das causas e consequencias dizia que a causa dessa compulsão pela vida era o medo, tinha medo de viver. seu amor pela vida era mentiroso. Amor é quando se tem controle sobre o que se gosta, odio é quando se perde o controle do que se gosta, e controlar a vida joão nunca tentara

João falava quando na verdade assistia, um filme de terror fatidico.
Dizem que quando nos habituamos ao medo, este perde sua caracterísca única que é o 'dar medo'.
Mesmo assim João sentia medo, porque o desenrolar da vida é impreciso, de melhor incerto. João sentia medo das vidas que eram parte ativa
[continuarei]
da sua vida. João falava vida, João não entedia vida e de todos era seu pior interlocutor.
e agora João?

mas, espera!! tinha mais por tras disso! falar da vida é filosofar! é poetar! É lindo quando bem falado, e se bem falado atrai pessoas. João era humano e como humano queria ser alguem, ter um dom para poder ter orgulho de si e para que os outros tambem o tenham. se esconder da vida para ter aceitação? nobre joão?!

João podia ter medo da vida, mas mesmo assim tinha seu ego
queria infla-lo como um balão, um balão que o arrasta-se da vida,
João queria fugir, João, João, João, que nome bonito tinha João!

e que cara bela existia no espelho!

João era João! todos notavam todos queriam, João humano! João sem vida.
João queria ser João, e todos queriam vestir João.
João é moda.

João agora é poeta! pode não saber direito do que fala, mas sabe que o que fala é belo

João não sabe o que fala, porque João nao fala tudo, e por ser um profundo abismo de si mesmo.
Todos que nele se inclinam se encantam, João! és João! dos humanos o maior e menor dos santos.



[ a valsa termina em dó menor ]



Um comentário:

M disse...

bonita valsa...